Vriesea sp. aff. Unilateralis
Planta coletada
por Orlando Graeff em Mata Cavalo, Araras, Petrópolis RJ em maio de 2004. Está
sendo cultivada até 2008 para estudos mais aprofundados.
Vriesea aff. unilateralis e longicaulis
Subgênero Vriesea seção Xiphion
Planta: florescendo
cerca de 1,20 m de altura.
Folhas: cerca de 30,
formando uma roseta infundibuliforme, com cerca de 40 cm de comprimento e 4 cm
de largura máxima.
Bainhas: largamente
ovaladas, esbranquiçada com mácula marrom escuro na base, subglabra.
Lâminas: liguladas,
ápice atenuado e apiculado, verde brilhante, subglabras, com coloração marrom
nos 5 mm da porção terminal e no apículo; lâminas moderadamente arqueadas e
acanaladas.
Escapo: Robusto, com
cerca de 8 mm de diâmetro, rígido, subereto, com cerca de 80 cm de comprimento
até a origem da inflorescência, esverdeado, totalmente encoberto pelas brácteas
escapais; internódios com cerca de 3,5 cm.
Brácteas escapais: as inferiores
foliáceas, as maiores com cerca de 22 cm de comprimento, as superiores
papiráceas, ressecadas, envolvendo totalmente o escapo, com cerca de 7 cm de
comprimento, com o dobro do comprimento do internódio, apenas divergentes no
ápice, que é apiculado, marrom claro uniforme com ápice e bordas mais claros,
pouco ou nada nervadas, quebradiças.
Inflorescência: simples, com
cerca de 20 flores, compacta, com cerca de 29 cm de comprimento (escapo
excluído) formando uma pequena angulação em relação ao escapo.
Raque: Robusta, verde,
geniculada, com internódios de cerca de 2 cm, não encoberta pelas brácteas
florais.
Brácteas florais: marrom claro,
tornando-se mais escuras com o decorrer do tempo, papiráceas, quebradiças,
secundas para cima, não cobrindo totalmente as flores; as brácteas florais
superiores, que ainda cobrem as flores jovens, são imbricadas, de colorido
amarelo vivo e ápice marrom.
Flores: muito secundas,
voltando-se ligeiramente para baixo na antese, não divergentes; após a antese,
as pétalas estranguladas pelas sépalas adquirem a cor marrom; as flores são
noturnas, começando a abrir às 16 horas e fechando antes das 12 horas do dia
seguinte.
Sépalas: obtusamente carenadas ou ecarenadas, quase
sem nervuras, brilhantes, amarelo forte e base verde (cerca de 2 mm) , algumas
com uma pinta marrom muito pequena no ápice; medem 3 cm de comprimento e 1,2 cm
de largura máxima.
Pétalas: largamente
liguladas, amarelas, tornando-se amarelo escuro para o ápice, pouco recurvadas
no ápice e totalmente sem lígulas !,
com 3,8 cm de comprimento e 1,3 cm de largura.
Estames: inclusos,
anteras pouco sagitadas na base, pouco agudas no ápice, com cerca de 7 mm de
comprimento, dorsifixas pela base; filamentos bem complanados, amarelos, fixos
por cerca de 3 mm na base, com 2,5 cm de comprimento na parte livre.
Pistilo: superando as
anteras, ligeiramente exsertas (cerca de 1 mm), amarelo, não espiralado;
estilete cilíndrico, amarelo claro, com cerca de 3,9 mm de comprimento.
Pedicelo: cerca de 6 mm
de comprimento, 7 mm de largura, encurvado, verde.
Óvulos: visíveis apenas
com microscópico.
Typus: Brasil, Estado
do Rio de Janeiro, Município de Petrópolis, bairro de Araras, localidade de
Mata Cavalo, a 1370 m de altitude, coletado por Orlando Graeff nº 407 em 2003,
florescendo em cultivo em abril e maio de 2004.
Comentários: espécie muito
próxima de Vriesea unilateralis (Baker) Mez in Martius
1894., dela diferindo pelas brácteas florais amarelas antes da antese e marrons
depois da antese, sépalas mais longas, pedicelos mais curtos, pétalas mais
longas e lígulas ausentes. É também
próxima V. longicaulis (Baker) Mez in Martius 1894, diferindo pelas
pétalas apresentadas na estampa (se é que ela está correta ou foi “inventada”!)
e pela ausência de lígulas (pode ser um exemplar atípico ?) Acreditamos ser
mais próxima de V. longicaulis.
As diferenças são pequenas e possivelmente não caracterizam uma espécie
nova mas sim uma variedade, var. flava ou coisa parecida.
10 de maio de 2004, Ivo de Azevedo Penna.